Vários estudos científicos apontam que a actividade física regular desempenha um papel primordial na preservação da saúde pública, nomeadamente na diminuição da hipertensão arterial, diabetes, colesterol, bem como no aparecimento de doenças cardíacas coronárias, cancro, osteoporose, descontrolo da glucose, entre outras. Além disso, auxilia na resistência respiratória e na manutenção do peso corporal.
No panorama actual, Portugal é o terceiro país a apresentar uma das maiores taxas de obesidade da União Europeia. Consequentemente, com o aparecimento do novo coronavírus, os números acentuaram-se cada vez mais. O aumento de consumo de comida processada, o sedentarismo, as alterações emocionais, a ansiedade e o medo associados ao confinamento e ao desconhecimento em relação à infecção da COVID-19, contribuíram para o agravamento nas perturbações dos hábitos alimentares e ao nível da saúde mental da população em geral.
Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam a gravidade deste cenário, mas não traduzem a dura realidade de uma rotina diária de convívio com a obesidade que afecta cerca de 1,5 milhões de portugueses. Nesta linha de pensamento, as pessoas que estão acima do peso normal sofrem uma grave descriminação social no trabalho, na escola, nas relações afectivas, nos serviços de saúde e até mesmo em casa, junto dos seus familiares. Por conseguinte, a desvalorização social e o preconceito afectam a saúde mental fragilizada, que por sua vez, pode atrasar na procura de ajuda médica, assim como desenvolver repercussões negativas, como a baixa autoestima, a depressão, a insegurança interpessoal.
No que diz respeito no tratamento da obesidade, a actividade física regular, aliada a uma alimentação equilibrada, e a adopção de um estilo de vida mais activo no dia a dia, como substituir o elevador pelas escadas do prédio, caminhar, correr ou andar de bicicleta, apresentam diversos benefícios, tais como:
Melhoria da aptidão física e mental, o fortalecimento do sistema imunitário e o humor.
Estes fatores têm um impacto positivo em transtornos mentais como a ansiedade, a depressão, o síndrome do pânico e o déficit de atenção. Deste modo, a mudança de comportamento a nível do exercício físico, não só previne e minimiza os efeitos do excesso de peso, como também beneficia o bem-estar e qualidade de vida.
Adicionalmente, é necessário transformar a consciencialização da nossa sociedade. É fundamental que o estigma da obesidade não continue a ser tolerável e que a cultura do estereótipo termine. O único padrão que deve realmente importar é, sem dúvida, o da saúde.
Por último, os nutricionistas, os médicos, os psicólogos, os fisioterapeutas e os professores de educação física são alguns exemplos de profissionais que conseguem e devem actuar na desigualdade nesta longa jornada, quer seja coletiva, quer seja individual.